Em nossa pesquisa para esta edição do
Circo Circuito,
Tributo ao Fuzz, deparamos com um histórico interessantíssimo sobre o surgimento e a criação deste tipo de efeito, que até hoje idolatrado por muitos.
O primeiro som característico do Fuzz (nebuloso ou embaçado), é de uma gravação de 1958. Naquela época já era comum alguns músicos alterarem caixas de som para criar um som mais característico e fugir da mesmice sonora.
Foram os
Ventures,e seu engenheiro de som, que em 1962 criaram o primeiro Fuzzbox que se tem notícia, utilizado na música “
2000 pound bee”. Um baita som para aquele ano!
Depois disto os pedais fuzz evoluíram e foram amplamente utilizados pelas bandas inglesas. The
Kinks,
Cream,
Jeff Beck,
Zombies, entre muitas outras. Mas foram os
Rolling Stones com Satisfaction que em 65 popularizaram o som característico do “zunido da abelha”.
As bandas norte americanas de garagem deitaram e rolaram com as possibilidades e utilização deste efeito, mas esta viagem é mais longa! Até
Jimi Hendrix se utilizou deste zunido, já com um pedal industrializado, o famoso
Fuzzface! A partir daí, a evolução foi constante, com o surgimento de várias marcas e modelos. O que ajudou a popularizar ainda mais e fez com que o Fuzz atravessasse décadas e continuasse a derreter os ouvidos e a mente de bandas hards como
Deep Purple,
Led Zeppelin e
Black Sabbath, proliferando-se até os dias de hoje.
Nesta edição sei que fomos injustos, pois existe muita coisa legal no rock nacional, em especial no final da década de 60 e inicio dos anos 70, que poderia estar nesta edição:
Beatniks,
Som Beat,
Os Incríveis,
Fevers, a
Tropicália em geral e até
Roberto Carlos utilizou o fuzz mais pesado que eu já ouvi, na música “
Você não serve pra mim”. Vale lembrar que um dos grandes responsáveis por isso foi o mestre
Renato Barros, líder dos
Blue Caps. Ele sabia utilizar como ninguém este pedal da melhor forma “faça você mesmo”!
Claro que não podemos esquecer
Arnaldo e
Sergio Baptista dos
Mutantes, que também sacaram muito bem qual era o lance daquele efeito, e de forma artesanal, eternizaram uma das melhores gravações com o Fuzz em músicas como “Minha menina” e “Não vá se perder por ai”.
Uma ótima forma de conhecer alguns músicos ou bandas obscuras deste gênero é a coletânea recém lançada pela
Groovie Records,
Brazilian Nuggets – Back from the jungle (não confundir com a coleção que circula pela internet no formato MP3). Trata-se de um trabalho belíssimo e muito bem estruturado e produzido. De encher os olhos e os ouvidos de quem compra!
Nosso intuito foi condensar, apresentando a importância do fuzz na união de várias bandas de Rock por estilos e décadas diferentes, provando que este efeito nunca morreu e continua unindo gerações.
Basta ouvir, por exemplo, o compacto da
Suely e seus Kantikus para entender, um som gravado em 1968, mas que poderia muito bem ter sido composto em 2011, pelo volume do Fuzz utilizado por
Lanny Gordin. Incrível!
Existem muitas coletâneas e bandas que personificam o som dos pedais Fuzz e carregam até em seus próprios nomes esta sina,
Fuzztones (representantes americanos que afundaram o pé no pedal),
Fuzzfaces (banda brasileira, já extinta, prestavam homenagem, do nome até as letras de várias músicas).
Na última década várias bandas surgiram com o intuito de utilizar cada vez mais este tipo de efeito e abriu a mente de muita gente que nunca tinha ouvido falar no tal pedal, deixando colecionadores ensandecidos atrás de gravações com esta “sujeira”.
No Brasil podemos citar alguns:
Skywalkers,
Violeta de Outono,
Os Haxixins,
Fuzzfaces,
Os Espectros,
Laranja Freak,
Hipinoticos,
Transistors,
Hitchcocks,
Jupiter Maça, entre outros.
Esperamos que os selvagens do rock continuem cantando, e como os Fuzzfaces, glorificar a “
sujeira daquele maldito pedal”.
Keep on Fuzz!!!
*
José Luiz - Até logo, como vai?;
*
Suely e os Kantikus - Que bacana;
*
Grupo Nozes - Moto viagem;
*
Os Haxixins - Viagem as cavernas.
Lipa e Tiago.
Programa Circo Circuito
A Luta continua!