terça-feira, 14 de dezembro de 2010

18/12: "Turn on, Tune in, Drop out" ...

... neste sábado (18/12) rolará uma festa muito bacana no Clube Berlin.

A psicodelia paulistana libertará seus acordes de neóns, com a apresentação das bandas Cosmo Shock e Continental Combo, acompanhados por uma pura discotecagem em vinil, uma boa chance para quem quiser se teletransportar pelos bons tempos do rock.



E falando em vinil... o Programa Circo Circuito estará presente nas pickups, comemorando mais um ano de vida, nosso apresentador Lipa libertará o mais puro rock garageiro brazuca, soltando a Brasa Jovem Guarda na pista, contará ainda com DJ Anumati e as meninas do Thee Pushin To Hard, Camila Leme, Camila Campi e Amanda.




Esperamos você por lá!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Programa "Eles cantam Beatles"

Neste programa, Eles cantam Beatles, apresentamos a vocês algumas versões curiosas dos Beatles no auge dos anos 60 interpretadas por bandas brasileiras.


Por existirem diversas versões, selecionamos três raridades máximas do rock brasileiro, abrindo o programa com Renato e seus blue caps com sua curiosa história e na sequencia, pela primeira vez na internet, o tão procurado compacto dos Brazilian Boys, finalizamos com uma versão curiosíssima da banda The Rebels.


Um material raro e super procurado pelos colecionadores mundo afora. E aqui meus amigos... esta nas suas mãos... é só arrastar as cadeiras e apertar o play!


- Musicas do programa:


* Renato e seus blue caps – Menina Linda;

* Brazilian Boys – Help;

* The Rebels - O bode e a cabra.


Programa Circo Circuito

Na onda da Brasa Jovem Guarda!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Programa Circo Circuito – Garotas ácidas!

Escrever sobre o rock feminino no Brasil é o mesmo que escrever sobre o rock brasileiro. Suas histórias estão atreladas de tão vasto e interessante que é o material.

A começar pelo primeiro rock gravado no Brasil, Nora Ney (conhecida cantora de samba-canção) que prestou uma homenagem a Bill Haley com Ronda das Horas, primeira versão no Brasil para Rock around the Clock. Depois disto tivemos a explosão da garota do Rock, ou Celly Campelo, a primeira mulher a ter um programa de Rock em um canal de TV, Crush em Hi-Fi que apresentava junto com seu irmão Tony Campello.

Após a fase do rock instrumental, que não temos registros de bandas formadas por garotas, a época da Jovem Guarda criou vários grupos famosos por serem constituídos apenas por meninas, tais como As Oncinhas, As Brasas, a cantora Enza Fiori, Fátima Reis (que gravou um compacto belíssimo com o conjunto Rollin Fevers), a dupla Kitty & Ketty (gravou um compacto com um tema garagem chamado Ora se vai), entre muitas outras.

Vale lembrar que naquela época o publico era muito machista e pensava que lugar de mulher era em casa. Elas até podiam ficar em casa, mas empunhando uma guitarra, ao invés de uma vassoura, tanto que no final da década de 60 muitas outras cantoras se destacariam neste meio.

Talvez a principal delas seja a rainha Rita Lee, que junto do grupo Os Mutantes mudaram para sempre a história da musica moderna. Mas esta é uma história a parte.

O que queremos mostrar com o novo programa são vertentes curiosas na musica psicodélica e a veia roqueira feminina que existia e existe até hoje.

Gal Costa, por exemplo, gravou maravilhosos Lps e faixas bem agressivas para a época como todo o LP psicodélico da cantora, entre outras faixas como Acauã, do LP Le-Gal, em que flerta a macia voz de uma adolescente com a agressividade da mesma! Não é a toa que navegou numa boa entre o continente da MPB e do rock “maldito e alienado” da dupla Roberto e Erasmo.





Outras como De Kalafe viviam na obscuridade, mas mostrando o melhor de si, deixando canções belíssimas para esta humanidade, com mensagens puras e profundas. Ficou conhecida também por se apresentar descalça em seus shows, atitude da mágica década de 60.

Suely poderia ter sido uma Rita Lee, afinal iniciaram a carreira musical juntas, mas preferiu seguir por outros caminhos. O único compacto que deixou gravado é maravilhoso. A música apresentada no programa remete aos dias de infância, com um toque ácido de psicodelia juvenil.

Marisa Rossi, outra cantora desconhecida. Até onde se sabe deixou apenas um compacto gravado pela Continental, aquela do selo amarelo. Além de bela faixa, a cantora era linda e a curiosidade é que foi namorada do Fábio, que prestou homenagem deixando esta faixa para a cantora.

Lena Rios, a atitude em pessoa. Musa de Torquato Neto, lançou alguns compactos e Lps sempre muito bem acompanhada, além de serem itens de colecionador. O “compacto preto” é o mais procurado e você tem sorte de poder conhecê-lo melhor através do nosso programa!





Outras como Vanusa e Silvinha Araújo, cativavam o publico pela voz suave e outrora agressiva, além claro de muito bem acompanhadas de seus parceiros também do ramo, que as ajudavam na gravação e elaboração dos discos.

Luiza Maria, na minha opinião, o melhor disco com a melhor voz. Realmente é de arrepiar. Eu queria ser um anjo, título de um dos álbuns mais bonitos da musica e do rock brasileiro, mas também é uma história a parte, principalmente pela cozinha musical, uma das mais completas do Brasil.

O grupo Umas e Outras, que misturava a MPB avançada com toques de psicodelia com uma simplicidade incrível. Gravaram um ótimo disco pelo selo Polydor, produzido por Nelson Motta em 1970, também item de colecionador. Disco que está no hall dos “sons-pra-gringo-ver”. Se você procurar bem é capaz de achar umas cópias por ai.

A vertente é vasta e vale lembrar que existem diversas outras bandas e principalmente cantoras desconhecidas. Muitas não conseguiram gravar, ou deixaram canções inacabadas ou perdidas pelos corredores das gravadoras, hoje já extintas. Outras viram a luz do dia mais de 30 anos depois, como as Cilibrinas do Éden, ótima banda formada por Rita Lee e Lucia Turnbull, logo após a saída de Rita do seu antigo grupo. Disco super criativo, que se tornou um dos raros e perdidos álbuns do rock brasileiro. Foi lançado recentemente na Europa.





A gravadora Mocambo talvez seja a que mais apostou nas meninas, deixando vários registros em compacto simples.

Mas o que interessa é que até hoje existem diversas bandas de rock feminino por ai, no Brasil e mundo afora. Para nossa sorte, a maioria merece o nosso prestígio.

Se você quiser conhecê-las melhor, o myspace é um bom começo. Agora as bandas mais “obscuras” de outros tempos só pesquisando em sebos e livros, talvez você ache um disco que mude a sua vida, e ainda por cima com uma bela voz feminina.

Girls on acid, ou, garotas ácidas!

Lipa.

Programa Circo Circuito

A luta continua!

domingo, 25 de julho de 2010

Programa Circo Circuito entrevista Rock Rocket.

O Programa Circo Circuito traz uma novidade nesta edição: o “Circo Circuito Entrevista”.

Serão bate-papos à moda Circo Circuito, sempre com um entrevistado. Bandas, produtores, DJ´s e escritores, participando e trazendo seus discos para curtimos juntos.

Em nossa primeira entrevista, contamos com a presença da banda Rock Roket, que acaba de lançar seu primeiro compacto em vinil, pelo selo inglês Vinyl Land Records.


Conhecidos pelos seus excelentes clipes - alguns indicados ao VMB da MTV, apresentam um rock rebelde e despojado. Para quem nunca viu, vale muito a pena conferir!

Estivemos com Alan, Noel e Jun num clima muito auto-astral, regado a muita cerveja e ao bom humor característico do programa.



Conversamos sobre discos, clipes e projetos futuros da banda, além de muitas outras curiosidades que você só encontra aqui.


Bloco 1

Música: Elizabeth - Não há luar nem céu bonito





Bloco 2

Música: Suzi Quatro - 48 Crash




Bloco 3

Música: Rock Rocket - Malóri Beach






Link: Rock Rocket lança clipe após viagem psicodélica.




A Luta Continua!

Programa Circo Circuito.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Programa Futebol "Especial Copa do Mundo"

Em clima de Copa do Mundo o Programa Circo Circuito apresenta alguns temas interessantes que fizeram parte da nossa história.

Começamos com uma pimenta "Ben" africana.
Na sequência, para dar sorte, um hino do tricampeonato de 1970.
E finalizando com o que mais desejamos: -"Paz e Futebol".

Aumente o som e comemore com:
- "Ponta de Lança Africano", Jorge Ben;
- "Sou Tricampeão", Golden Boys;
- "Paz e Futebol", Marcos Valle.




Programa Circo Circuito
A luta Continua.

domingo, 30 de maio de 2010

Dia 22/05, comemoramos, no Café Elétrico Bar...

... o primeiro aniversário do Programa Circo Circuito. Muito rock acompanhado com cerveja e amigos.

(Lipa em "O Lado B do B")


Nos reunimos no Café Elétrico Bar e brindamos como muitos grooves esse primeiro ano de luta.




Agradecemos a força daqueles amigos que estão "lado a lado" com o programa!!!




Muitos anos de vida ao Circo Circuito!




Vamos em frente... largando a Brasa Jovem Guarda por todo esse país!

Valeu!!!!

Programa Circo Circuito
A luta nunca vai parar!

domingo, 9 de maio de 2010

1° aniversário Circo Circuito.

Em abril deste ano o programa Circo Circuito completou seu primeiro aniversário.

Comemoraremos esta data no Café Elétrico com cerveja, rock e grooves nacionais.

Apareça por lá...

Dia: 22/05
Rua Francisco Estácio Fortes, 153
São Paulo - SP. Tel: (11) 2476-5021 / 8057-0008

Sempre a partir das 19:00h – ENTRADA FREE!
Não fique de fora! CHEGUE CEDO!



Salve a Brasa Jovem Guarda,


A luta continua!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Programa "As Gangues do Rock"

O programa Circo Circuito entra no clima das guangues dos anos 60. Se você pensa que era tudo festa... você esta muito enganado, pois em meio a guitarras sobrava muita porrada!!!

Época em que as brigas se resolviam no braço... pena que hoje se resolve na bala. Por isso o Circo Circuito é paz, amor e muito rock´n roll.



Mas é no tenso das guangues que o Circo Circuito adrenaliza.

Musicas:
1 - Jumar Danel "A Turma do Blue Jean";
2 - Ari "A Briga";
3 - Os Metralhas "Os Metralhas chegaram".




Nós também fazemos parte de uma turma. A turma dos colecionadores de discos.

Para você que é apreciador desta arte, ou quer fazer parte e não sabe por onde começar. Tem o post aqui no blog, A Saga de um vendedor de discos, com dicas de: Onde comprar e onde não comprar os seus discos.

Salve a Brasa Jovem Guarda!

Programa Circo Circuito
A luta nunca vai parar!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Programa "A História do Homem Mau"

Na quarta edição do programa Circo Circuito. Mostramos uma trilogia musical muito curiosa. É a História do Homem Mau e seus sucessores.

Com apenas um bloco, este é um mini programa com uma grande história e muitas curiosidades... na interpretação de grandes mestres da música brasileira, uma bela experiência sonora.


Divirta-se com a saga do homem mau.

1) Roberto Carlos - História do Homem Mal;
2) Roberto Rei - Billy Dinamite;
3) Jorge Ben - O Homem que matou o homem que matou o homem mau.




Programa Circo Circuito.

A Luta Segue em Frente!

Programa "Eles Cantam Roberto..."

Que tal conhecer versões curiosas de alguns dos clássicos do "Rei" Roberto Carlos?

No Programa Circo Circuito "Eles cantam Roberto" tráz este presente para vocês. Uma homenagem, a moda Circo Circuito, para Roberto Carlos. Uma versão escrachada do especial da Rede Globo "Elas Cantam Roberto".





Vamos juntos matar a saudade de um Roberto Carlos que gostamos de escutar...

E as raridades continuam a todo vapor com:
1 - Os Dallans "É meu, é meu, é meu";
2 - Os Psicodélicos "Eu sou terrível";
3 - Bobby Mackay "Heaven on earth (Eu te darei o céu)".

aperte o Play e comece a dançar...






Salve a Brasa Jovem Guarda!

Programa Circo Circuito
A Luta continua!

Programa Especial Rua Augusta

A Rua Augusta, a mais famosa rua de São Paulo, pode ser considerada o retrato da cidade e o Programa Circo Circuito não poderia deixar de homenageá-la. Conhecida e freqüentada por milhares de pessoas, seja noite ou seja dia, suas 24 horas estão repletas de todos os tipos de seres, onde meretrizes e atrizes compartilham o mesmo palco, seja ao som de um rock de garagem ou pelas batidas de um puro rap paulistano.



Do lixo ao luxo, esta importante veia da cidade liga o antigo centro ao luxuoso bairro dos Jardins, atravessando a moderna Avenida Paulista, iniciando na belíssima e maltratada Praça Roosevelt, onde se encontrava o lendário Cine Bijou (marco do cinema novo brasileiro) e o antigo bar Djalma´s (onde Elis Regina, em ritmo de bossa nova, se apresentou pela primeira vez).

De um lado, a Rua Augusta é frequentada por patricinhas e seus sonhos consumistas e, do outro lado, a caminho do centro, a nova juventude transviada se esbalda entre bares, boates e casas de shows independentes.

Mas não é de hoje que a Rua Augusta faz sucesso, ela é um importante marco cultural da cidade há mais de 50 anos. Imortalizada pela voz de Ronnie Cord que, embalado ao puro e simples rock´n roll no inicio dos anos 60, ultrapassou suas esquinas a 120 por hora ainda na fase da pré-Jovem Guarda.

Ela também foi palco dos anos dourados da turma, freqüentada por Roberto e Erasmo Carlos, além do carioca Jorge Ben que, em parceria com Erasmo, deixou sua homenagem com a música “Menina Gata Augusta”, na época em que moravam juntos em São Paulo, sonhando com alguma donzela que “... ia no Yara lanchar...”




Na mais mutante rua paulistana, não poderíamos esquecer dos Mutantes de Arnaldo, Sérgio e Rita em “Hey Boy”, que descreve a saga de um jovem riquinho desfilando com seu carro importado e sua cabeça vazia:
- “O teu cabelo tá bonito... tua caranga até assusta... vai passear na Rua Augusta...”.

Abrigou também os tropicalistas Gil, Caetano e o mais paulistano dos baianos Tom Zé, que ironizava seus sentimentos em “Augusta, Angélica e Consolação”: “Augusta, que saudade, você era tão vaidosa e gastava o meu dinheiro...”




Lembrando também do grande mestre do cinema Amácio Mazzaropi que em 1965 lançou o filme “O Puritano da Rua Augusta”, um belo filme e que conta com a participação da banda The Jordans, uma grande referencia do rock instrumental nacional.

Nestes anos todos houveram períodos em que a Rua Augusta se tornou apenas um puteiro a céu aberto, mas nunca perdeu seu glamour. E, com a forte reviravolta da cena independente atual, pode-se dizer que é lá onde se encontra uma das maiores diversidades culturais da América Latina, um ponto de encontro da plural juventude paulistana, seja qual for seu estilo, raça ou cor.

Salve Augusta!

Programa Circo Circuito
A Luta nunca vai parar!

A saga de um vendedor discos

Uma profissão importante e ao mesmo tempo divertida é a de vendedor de discos de vinil. E quem pensa ser uma atividade fácil, está muito enganado. Este vendedor muitas vezes precisa ir atrás da mercadoria para colocar a venda em sua loja, diferente de outros produtos que possuem um fornecedor que faz a entrega semanalmente.

E cada vez mais os bons produtos estão sumindo. Tempos atrás existiam várias rádios espalhadas pelo Brasil com acervos de discos empoeirados, apenas aguardando serem descobertos. Hoje isto é escasso, e faz com que vendedores tenham que viajar para comprar acervos pessoais que muitas vezes não valem a pena.

Um trabalho exaustivo mas ao mesmo tempo gratificante, afinal é a disseminação de uma cultura já esquecida. O mais curioso é quando se descobre um disco desconhecido até mesmo para colecionadores. Torna-se uma peça valiosa, mas sem um valor monetário definido, como se fosse uma peça de museu.

Existe inclusive uma teoria defendida por alguns vendedores que algumas peças serão vistas apenas na casa de colecionadores, que se tornarão verdadeiros redutos de raridades, sendo visitadas como se fossem museus.

Como toda profissão, os donos de sebos também possuem estratégias para conseguir e manter clientes. Dias atrás lí um artigo no ótimo site Senhor F, escrito pelo Beto Só, em que comentava a “teoria-efeito” Cauda Longa, e como um músico faz para vender seus discos em épocas de downloads gratuitos.

O segredo é simples: “Basta agradar o seu público”. A mesma teoria se aplica ao vendedor de discos, que precisa atender bem o colecionador ou o consumidor, para que o mesmo volte ou se torne fiel a sua loja.

Existem inúmeros exemplos de vendedores que são verdadeiros mestres em atendimento, glorificando a profissão e se tornando referência no mercado de discos. Um bom exemplo é o Carlinhos, dono da Disco 7, loja localizada na galeria Nova Barão, centro de São Paulo.




Está a mais de 20 anos no ramo, sempre com um atendimento de ótima qualidade por sua simplicidade e coleguismo. Mostra-se descontente quando descobre que algum colega de profissão passou um cliente para traz, alegando que isto desonra a profissão influenciando negativamente na venda dos produtos. Isto o diferencia da maioria dos lojistas.

Onde comprar:
Além da Disco 7, temos outros exemplos de empenho como o Fernando e o Celso da Cel-som (pelo ótimo atendimento), o Pedro (pelo vasto conhecimento), Fernando da Jóia Rara, o lendário Calanca na Baratos e Afins, o Carlos da Sensorial Discos, o Armênio, entre outros da região central de São Paulo.

No Rio de Janeiro a Tropicália Discos (apesar do preço) tem um atendimento exemplar com material muito raro. No nordeste o Tony Cruz, pelo seu conhecimento preciso em seu blog cheio de raridades, e muitos outros Brasil afora.



Onde não comprar:
Em contra partida podemos citar o Marcelo de Salvador (que atende como Marcelodiscos no Mercado Livre) com suas infelizes e frustrantes negociações. Chegou inclusive a vender ao Circo Circuito, um disco raro, porém com a capa xerocada (sic), alegando ser original!

Trata-se de uma pessoa mal informada, afinal os compradores on-line trocam informações mais agilmente. É só uma questão de dias para ter a reputação arruinada, dentro e fora dos meios eletrônicos.

A loja Discomania de São Paulo é um caso aparte. Já foi a principal referência neste mercado e hoje está mal estruturada com atendimento que deixa a desejar. Uma pena.

Por isso devemos glorificar os verdadeiros vendedores de discos, afinal não é uma profissão fácil. Além de negociante e atencioso, precisa se manter informado em um mercado restrito de outros vendedores e compradores, além de ter um vasto conhecimento musical para saber o que adquirir (e o preço de cada item) e o que vender (por um preço justo).

Tudo indica que o Vinil está voltando, e isto é um processo natural da humanidade, que tende sempre a resgatar valores para renovar os atuais. Por isso não desejo vida longa apenas ao vinil, mas principalmente aos negociantes deste maravilhoso produto, que fazem isto de coração, com dignidade, sinceridade e respeito.

Valeu!!!
Lipa
Programa Circo Circuito
A Luta nunca vai parar!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A caravela Circo Circuito atravessou o Atlântico.


Em julho do ano de 2009, o Programa Circo Circuito atravessou o atlântico e pousou sua nave na capital portuguesa, Lisboa.

Fizemos contato com nossos irmãos da “terrinha” através do programa e conseguimos uma conexão muito bacana, que gerou o programa “Portugal em Ritmo Moderno”.

Um programa bem diferente, pela primeira vez tocamos músicas estrangeiras em nossa programação. Abrimos uma exceção para mostrar um pouco do que conhecemos nesta excursão recheada de poesia, bacalhau e principalmente muita guitarra.


A música portuguesa para a maioria dos brasileiros se resume a Roberto Leal, esse foi mais um motivo para nos dedicarmos a este programa, pois o que vimos e ouvimos foi um rock original e muito interessante. Vivendo sob o cinturão da ditadura de Salazar, sobrevivendo em meio à guerra nas Colônias, a corajosa música portuguesa driblava à moda Euzébio a censura.


(Os Tubarões - "Poema do Homem rã" você pode curtir no C.C.)


Os festivais e o cinema foram a válvula de escape destes jovens. Neste ínterim, explodiam bandas pelo país a fora, destacando-se as bandas Os Ekos, Petrus Castrus, Os Sheiks, Quarteto 1111, Filarmônica Fraude etc...

O que também nos chamou a atenção foram as bandas que surgiram nas colônias portuguesas, Angola, Cabo Verde, Moçambique e até em Macal, que hoje pertence à China. Estas eram formadas por soldados, enviados com a missão de trazer algum afago aos homens-metralhadoras.

Lá, fui muito bem recebido pelo Luis Futre e Edgar Raposo, da Groove Records, que é a responsável pelo lançamento da banda daqui da zona leste de São Paulo, Os Haxixins, que há dois anos levam o rock brazuca ao velho mundo - se apresentaram em Portugal, Espanha, Itália. Enfim, essa dupla aposta em nossas guitarras! E aguardem outros lançamentos tupiniquins já estão no forno.

(Luís e Tiago)

Junto à Maria P e Pedro Chau, Luis e eu seguimos trocando idéias no caminho dos sebos, entre os becos da baixa Lisboa. Luis, um grande colecionador e conhecedor do rock brasileiro, contava um pouco de sua história, curiosidades e coincidências entre nossas terras, além de mostrar-me o seu trabalho de garimpagem através de seu outro selo, o Galo de Barcelos - um maravilhoso trabalho de resgate da música jovem dos anos 60.

Suas reedições em vinil resgatam o sonho de uma geração que rompeu os preconceitos e transformou o mundo. Entre estas escavações estão também bandas brasileiras como o Beat Boys, que acompanharam Caetano Veloso em áurea tropicalista e Os Baobás, materiais raríssimos disputados à unha pelos colecionadores.

Os materiais mais interessantes são as edições Portuguese Nugguets, quatro volumes do mais obscuro rock de garagem portuga. Imperdível! Uma pena que esses volumes são tão raros quantos os originais.

(Maria, Tiago e Pedro)


Fui embora já levando saudade no peito. Em Lisboa me senti em casa, andando pelos becos de sua poesia através de muito rock´n roll. Do que mais preciso? José Cid pode falar por mim: “Quando ouço o comboio apitar, que saudade de voltar...”.

Tiago
Programa Circo Circuito

A luta nunca vai parar!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Udigrudi 68: Gilberto Gil e Os Mutantes.

O Brasil produziu muita coisa boa e que na época não teve a devida atenção, neste caso atenção nenhuma.

Quando o então novato Gilberto Gil chegou para Rogério Duprat e disse:
- Sabe Duprat eu preciso de alguns músicos para tocarem em meu novo disco, mas eu quero uma coisa diferente, uma coisa mais elétrica!

Era o ano mágico de 1968, e Duprat conhecia uns garotos que tocavam como niguém os instrumentos elétricos, por fim resolveu chamá-los, eram Os Mutantes.

Foram apresentados a Gil, e começaram o processo de gravação daquele que viria a ser o primeiro disco contestador na música popular brasileira. Onde já se viu usar guitarra na MPB, esta coisa do diabo!!!

Parece brincadeira, mas o pensamento da época era este.


A música Marginália prova este clima contestador em que Gil canta “Minha terra tem palmeiras, onde sopra o vento forte, da fome, do medo e muito principalmente da morte... Aqui é o fim do mundo, aqui é o fim do mundo...” fazendo um trocadilho com uma música já conhecida.


Outro ponto alto do disco é Pega a Voga, Cabeludo, gravada de uma forma bem anarquista para a época, no meio da música os músicos falam, discutem e riem. Chegam até a falar para o produtor do disco Manoel Barenbein parar de encher, ilário.


Gilberto Gil mostra o porque é um dos melhores compositores brasileiros na música seguinte, Ele falava nisso todo dia, sempre naquele clima épico das obras de Rogério Duprat.

Existe uma edição em cd que possui ainda a pérola obscura de Gil chamada Questão de Ordem, gravada com os Beat Boys, esta foi a música que Gil defendeu nos festivais daquele ano, cujo foi desclassificado. Ouçam e saibam o porque.

O que dizer de um disco de Gil de 1968 com a produção de Barenbein, arranjo de Rogério Duprat e participação dos Mutantes?

Talvez este último parágrafo já resuma tudo o que falei anteriormente.


Lipa

Programa Circo Circuito
A Luta Contimua!

Programa Portugal em Ritmo Moderno.

Programa Portugal em Ritmo Moderno foi o sétimo Programa Circo Circuito dedicado ao rock português.

O Circo Circuito atravessou o atlântico para mostrar um pouco do maravilhoso rock produzido em Portugal e nas colônias nos anos 60 e 70.

Você perceberá neste programa o quanto somos parecidos, não somente na língua mas também nas atitudes... mostraremos um pouco de um rock que foi censurado pela ditadura, escapou pelos cinemas e explodiu em festivais.

Músicas no bloco 1:

1) Os Tubarões – Poema do Homem Rã;
2) Filamornica Fraude – Flor de Laranjeira;
3) Os Ekos – Habitat 736 ou Sol e Paz.




Músicas no bloco 2:

1) Os Impactos – Uma Velha foi a feira;
2) Os Demonios Negros – Coimbra;
3) Charruas - Come on Baby Come on.




Músicas no bloco 3:

1) NunoFelipe – Os Gatos;
2) Carlos Portugal – Hey Mister;
3) Aqui D´el-rock – há que violentar o sistema.



Infelizmente não temos tudo que gostaríamos, mas ao menos conseguimos mostrar um pouco da música portuguesa que passamos a admirar.

Mandamos um abraço aos nossos irmãos da “terrinha” Luis Futre e Edgard Raposo que fazem um belíssimo trabalho através dos selos Groove Recordes e Galo de Barcelos, e a Maria P. e Pedro Chau. Com certeza vocês já fazem parte da história do rock português.

Abração a todos.

Programa Circo Circuito.
A luta não para!!!

domingo, 18 de abril de 2010

Programa Circo Circuito – Acelerando fundo.

Na sexta edição do Circo Circuito tivemos um tema bem diferente dedicado a paixão pelos carros.

Sabemos que a juventude sempre teve paixão pelo automobilismo e por isso decidimos fazer uma edição apenas com este tema.


Neste programa você ouvirá raridades máximas como o compacto do apresentador Jô Soares, é até engraçado ouvir um rock purista gravado por uma pessoa tão sofisticada, além de Luizinho e seus dinamites, Ed Wilson com a primeira versão de "Carro do papai" e também o grande Erasmo Carlos com "Carango" e outros rock´s bem bacanas.

Musicas apresentadas nos 3 blocos do programa:

- Jô Soares: Volks do Ronaldo;
- The Jordans: Cadillac;
- Ed Wilson: Carro do papai;
- Luizinho e seus dinamites: Carango Twist;
- Erasmo Carlos: O Carango;
- Banda de 7 léguas: Cabou minha mesada;
- Athayde Lara: Na onda do Teço Teco.

Pise fundo no volume...

Bloco 1


Bloco 2


Bloco 3


Programa Circo Circuito
A Luta nunca vai parar!



sábado, 10 de abril de 2010

Programa Rock de Protesto nos anos 60.

No 2° programa Circo Circuito revelamos grandes preciosidades e com uma surpresa no final!

No primeiro bloco desta edição mostramos um pouco da música de protesto feita pelas jovens bandas na época da ditadura.

Um programa Punk tupiniquim!

Bloco 1 começa com:

1. The Beggers com "Esses homens farrapos";

2. Toni Ricardo com "A Luta";

3. De Kalafe e a Turma com "Guerra".

"A cantora De Kalafe, ao contrario do que dizemos, é brasileira indo posteiormente ao México onde continuou sua carreira" .



o Segundo bloco se resume em... Um punk bebado, confusões em festivais e ataques terroristas, com:

1. Geraldo Rike com "Deixem nos em paz";

2. Os Carbonos com "O Tigre";

3. Roberto Rei com "A bomba está para explodir na praça enquanto a banda passa".



No bloco 3 em ritmo de garage brazuca:

1. Os Incríveis com "Se nos disserem";

2. Flavio Kurt com "Walderez Waldereia";

3. Os Abutres com "De com força...Pra frente".




Programa Circo Circuto
A Luta nunca vai parar!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Samba Jovem - Primeiro Programa Circo Circuito

No primeiro programa Circo Circuito o tema foi "Samba Jovem". Mostramos um pouco do movimento que antecipou o Samba Rock... O Samba Jovem ou a Jovem Samba!

Aprsentamos no Bloco 1:

1. "A Jovem Samba" de Jorge Ben, lançada no disco "O Bidú, Silêncio no Brooklin" em 1967;

2. "Estou dez anos atrasado" do disco "Erasmos Carlos e os Tremendões" lançado em 1969;

3. "Jovem Brasa" disco lançado em 1968 pelo Conjunto Jovem Brasa.

Errata - No programa dissemos que o Disco o Bidu de Jorge Ben foi lançado em 1969 mas na verdade foi lançado em 1967... sinceras desculpas !!!




O 2° bloco continua com:

1. "Você é de chorar" com o grupo The Silvery Boys gravado em meio aos anos 60;

2. "O Homem das cavernas" com o único grupo de carecas da Jovem Guarda, Os Carecas;

3. "Falar é fácil" com Silvio Cesar gravada em 1971.

Confira ai....



O SOM não para!!! O bloco 3 apresenta:

1. "Você balança o meu coração" com o The Silvery Boys gravado em 1968;

2. "Muito Incrementado" com DAngelo;

3. "Você deixa" finalisando do programa com The Pops.




É isso ae, bicho...


Programa Circo Circuito
"A Luta Continua!"

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sociedade da Grã Ordem Kavernista: Anarquismo ou Tropicalismo?

Mais do que uma lenda, Raul Seixas tornou-se um mito do rock nacional. Após 20 anos de sua morte, o legado musical deixado por ele perpetua principalmente entre os mais jovens. Mestre de cerimônia dos luais brasileiros, seu rock puro e simples, com letras anárquicas e provocativas, despertam nos jovens a sensação de liberdade e rebeldia.

Porém, o que poucos conhecem é que antes de se tornar este célebre artista, Raulzito, como era conhecido, passou alguns anos nos bastidores da musica brasileira, produzindo e compondo canções para artistas da antiga CBS. Algumas, inclusive, viraram sucesso nacional e outras continuam esquecidas nos porões da gravadora.

Como produtor, Seixas era também um artista visionário. Suas produções eram quase sempre inovadoras para época. Resumindo, Raulzito já caminhava à frente do seu tempo e, por isso, nem sempre foi compreendido - o torna um artista ainda mais fascinante.

Em 1971, ano em que foi muito bem sucedido, Raul revelou sua versatilidade compondo e produzindo parcerias admiráveis. A exemplo de Leno, com A vida e Obra de Johnny McCarttney, postado aqui no Blog, e a dupla Tony & Frankie. Ainda neste ano, o músico e produtor também lançou a Sociedade da Grã Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez.


Carregado de lendas, assim como a vida de Raul, este disco é um marco obscuro do rock brasileiro e da carreira do cantor, onde ele experimentou o tropicalismo. Existem muitas histórias sobre a passagem de Raul pela CBS, uma delas é que este mesmo disco foi gravado às escondidas e custou-lhe o emprego quando foi lançado.

O fato é que, tocando com seus companheiros Sergio Sampaio e Edy Star, além da marcante voz de Miriam Batucada, o músico obteve carta branca para produzir este experimento nos estúdios da gravadora, em parceira com Mauro Motta.

Dizem, entretanto, que o SGOK foi censurado, mas o que se percebe é que ele não foi bem aceito pela própria gravadora posteriormente. Verdade ou não, outros discos foram produzidos por ele para a mesma gravadora nos anos que se sucederam.


O disco tem uma fórmula não muito convencional, talvez por este motivo não tenha sido muito bem aceito pelos executivos da gravadora, sendo pouco divulgado. Miscelânea de guitarras distorcidas, efeitos sonoros, vocais divididos e alimentados por uma salada de ritmos brasileiros, este é um disco que faz questão de ser bem nordestino.

Desde inicio percebe-se o Tropicalismo à moda de Raulzito. Quase todas as faixas têm introduções debochadas, frases de duplo sentido - muitas delas não possuem nada a ver com a musica que vem na seqüência. É, realmente, a primeira fase anárquica de Raul Seixas.

É no clima circense que o disco se inicia:
“Respeitável publico, a Sociedade da Grã Ordem Kavernista, pede licença para vos apresentar, o maior espetáculo da terra...”

Na primeira faixa, Êta vida, Raul Seixas e Sérgio Sampaio descrevem o Rio de Janeiro e seus feitiços. Porém, é no refrão que deixam bem claro os seus sentimentos: “Mas não era o que eu queria, o que eu queria mesmo era me mandar”. Bem diferente das letras tropicalistas de Gil, Caetano e sua tropa.

Na seqüência, a música tema do disco, Sessão das dez, feita por Raul Seixas, possui uma introdução maluca, misturada a vocais e metais: “Eu comprei uma televisão, que distração...”. Tire você mesmo a conclusão se isso tem ou não duplo sentido. Sessão das dez é uma seresta declamada por Edy, acompanhado pela “flauttinha matadora”, cavaquinho e pandeiro.

A terceira música do Lado A, Eu vou botar pra ferver, outra composição de Raul, é introduzida por um dialogo entre Sérgio e Raul:
- Ih... rapaz hoje eu vi meu ídolo da juventude!
- Essas coisas já não me assustam mais, as laranjas continuam verdes e ...
- Ih... cara, péra ai, não complica, eu já disse que eu vi meu ídolo da juventude!
- É meu amigo, assim os discos voadores nunca irão pousar.
Em uma mistura de rock com baião e num clima muito auto-astral, suas origens nordestinas não poderiam ficar de fora. Nesta bela interpretação da dupla, é só deixar o disco girar e começar a dançar.

A faixa Eu Acho Graça (Sérgio Sampaio) também segue com as introduções malucas. Desta vez, em meio a uma festa toca o telefone:
- Alô, é Jorginho Maneiro, é verdade que você agora é hippie?
- Pódiscrê.
- Pódiscrê, Pódiscrê, Pódiscrê, Pódiscrê....
Dançante e sem classificação, Sérgio Sampaio canta um samba-rock-baião de guitarras com teclados alucinados como pano de fundo.

Há um hippie em pé no meu portão, no meu portão... é a introdução de Chorinho inconsequente (Sérgio Sampio e Erivaldo Santos), um samba maravilhoso interpretado por Miriam Batucada, inicia e termina com as famosas guitarras abelhudas da época.

Já a música "Quero ir..." é mais um rock-baião composto e interpretado por Raulzito e Sampaio fechando o lado A.

O mais interessante deste disco é que, diferente de todos os outros, o lado A é mais louco que o lado B.

O Lado B começa com a única musica que não foi composta por Raul ou Sérgio Sampaio. Soul Tabarôa (Antônio Carlos e Jocáfi), a voz rouca de Miriam Batucada e os efeitos sonoros são embalados ao som da rabeca, é uma bela versão de uma música dos conterrâneos baianos.

Todo Mundo Está Feliz, uma composição de Sérgio com cara de Raul, são os primeiros registros passeios estelares a bordos de seus discos voadores, esta tem outra engraçadíssima introdução:
- Está no ar? Estamos aqui em plena Cinelândia gravando o programa Brasa Viva, vamos entrevistar um presente... Hei você ai, qual tipo de musica que você prefere, melodiosa ou barulhenta?
- Barulhenta né, bicho! Eu sou jovem!

"Aos trancos e barrancos" um maravilhoso samba produzido, composto e interpretado por Raul, é uma raridade que você só encontra neste disco: "... eu vou descascando a minha vida sujando a avenida com meu sangue de limão...".

Eu não quero dizer nada (Sérgio Sampaio), com uma bela interpretação de Edy, destaca-se pelos teclados psicodélicos.

Dr. Pacheco (Raul Seixas) – particularmente, a música que mais gosto do disco – é uma canção que passaria tranquilamente por uma produção de sua carreira solo, porém num clima bem psicodélico.
"Lá vai nosso herói, Dr. Pacheco,
Com sua careca inconfundível, a gravata e o paletó
Misturando-se as pessoas da vida
La vai Dr. Pacheco o herói dos dias úteis
Misturando-se as pessoas que o fizeram."

Finale é a faixa de despedida do disco, que termina o circo com um belo som de descarga. Afinal, até mesmo de uma bela feijoada, você se despede pela descarga.

p.s. Para quem quiser conhecer um pouco da tragetória de Raul Seixas como produtor, o O Circo Circuito prestou um bela homenagem no programa Produz Raul!!!

entre e confira!







Programa Circo Circuito

A Luta Continua!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A obscura vida de Johnny McCartney

No inicio dos anos 70 ninguém mais duvidava que o mundo estivesse virado do avesso, os Beatles não existiam mais, Roberto Carlos cantava os caracóis de Caetano, Erasmo celebrava sua esfumaçante amizade com Maria Joana, os Mutantes fervilhavam com seus olhos de diamantes e Jorge Ben já adorava sua Fender.

O cometa “acid” explodiu no Brasil devastando a simplicidade da Jovem Guarda. Alguns resistiam bravamente, mas aos poucos uma geração de artistas foi desaparecendo do cenário pop.

Com Gileno Osório não foi diferente. Ele ficou conhecido nos anos 60 por ser um dos integrantes da famosa dupla Leno e Lílian. Em 1968, com o fim da dupla, Leno inicia sua carreira sólo, porém sem grande sucesso de publico.

1971, neste ano, Leno faz uma parceria histórica com Raulzito, que mais tarde adotaria o nome de Raul Seixas em suas composições. Raulzito fazia parte do grupo de produtores da CBS, compôs e produziu com Gileno e a banda A Bolha - o que, sem dúvida, veio a ser um dos melhores discos da história do rock brasileiro, o obscuro “A vida e obra de Johnny McCartney”.

Lançado em compacto duplo, apresentando apenas quatro faixas, o disco não obteve sucesso imediato e quase foi esquecido completamente, já que seu lançamento nunca aconteceu efetivamente.



(raríssimo compacto de Leno produzido por Raul Seixas)

Essa pérola ficou por 24 anos nos arquivos da CBS, até ser reeditada em 1995 pelo selo de Leno, a Natal Records. O disco foi gravado por completo, tendo suas doze musicas e ainda com direito a um bônus track.

Com pouquíssimas cópias, este CD é tão disputado quanto o compacto original pelos colecionadores, que chegam a pagar boas quantias por um exemplar.

A Primeira Faixa “Johnny McCartney“ mostra o quanto ele era moderno, pendendo para uma sonoridade mais Led Zepellin do que Beatle, isto é, uma pegada setentista. O lado romântico do disco em “Por que não?”, “Lady Baby” e “Convite para Ângela” vem de uma parceria de Leno com Raulzito.

Outra faixa maravilhosa é “Peguei um Apollo” (peguei um Apollo na esquina e sai viajando por ai...), a musica é de Arnaldo Brandão, que fazia parte do A Bolha. Destaco, também, a faixa “Não há lei em grilo city” de Leno e “Sr. Imposto de Renda” de Leno e Raul, trazendo à flora o espírito anárquico do disco.

O disco é bom por inteiro e ainda traz a faixas “Contatos Urbanos” do húngaro Ian Guest, parceiro de Raul e Sergio Sampaio e “Bis” mais uma parceria de Gileno e Raulzito.


(Lipa e seu arsenal discográfico)

Infelizmente não é possível encontrar estas reedições tão facilmente assim. Em alguns sebos especializados, localizados na região da Galeria do Rock em São Paulo, com alguma sorte, você poderá encontrá-lo (mas, por um preço bem salgado). O que vale à pena, pois este é, sem dúvida, um grande disco do rock nacional e um passo importante para Raulzito se tornar Raul Seixas.


Tiago
Programa Circo Circuito

http://www.youtube.com/circocircuitoprogram

A Luta Continua!

domingo, 4 de abril de 2010

Um pouco de poeira elétrica nos seus ouvidos...

Recebemos alguns e-mails perguntando sobre como surgiu o programa e como são elaborados os temas. A idéia do programa é justamente não ter um modelo definido, não nos apegamos em datas, estilos, classificações ou sucessos: quanto mais simples somos, mais livres seremos.

O Circo Circuito é, e continuará sendo, um programa mutante, ou seja, a qualquer edição poderá haver uma grande novidade em seu formato. Somos realmente apaixonados por vinil, entretanto, a real importância do programa não é somente mostrar discos, mas, sim, resgatar um pedaço da história do país que é esquecido pelas grandes mídias.

Como nasceu a idéia? Estamos há alguns anos formulando idéias para, juntos, desenvolvermos algo relacionado à música brasileira, mais exatamente música em vinil, pois é ele um dos elos da amizade entre a dupla.




Nessas idéias que voavam, passaram inúmeras revistas, fanzines, e-zines, blogs, rádios e até mesmo um selo de coletâneas foi inventado. Mas, de uns tempos para cá, viajamos sobre a possibilidade de criar uma “e-radio”, isto é, uma rádio pela internet, no qual definiu-se a introdução: “Está no ar a rádio Circo Circuito, um pouco de poeira elétrica nos seus ouvidos”.

Fizemos um programa piloto e nos deparamos com vários problemas, falta de equipamento, digitalização dos sons, gravação, entre outros... quase desanimamos.

A luz veio: porque não ter um programa musical na internet? Percebemos que no Youtube já havia alguns vídeos que traziam raridades em compactos mas, sem nenhuma informação. E por que não criar um programa que traga à tona as raridades discográficas, com informações relevantes? Perguntamos o que achava um companheiro de longa data, Wagner Tal, que tem um canal de vídeos no Youtube e um Blog que curtimos muito. O cara achou bacana a idéia e, a partir daí, criamos o nosso próprio canal.

Com a idéia na cabeça e a câmera na mão, na mesma hora promovemos nossas mulheres como assistentes e logo disponibilizamos o primeiro vídeo de introdução pelo mundo afora. Nascia o Programa Circo Circuito.

(Programa de Introdução Circo Circuito)

Temos consciência das limitações: o programa é caseiro, suas edições são bem simples e os apresentadores, até então, somente tinham apresentado trabalhos escolares, mas, procuramos compensar com a criatividade e sinceridade.

Sempre deixamos bem claro que nosso principal objetivo é “curtir essa onda” das raridades discograficas e poder compartilhar isso com todo mundo.

(Último Programa C.C. "Eles Cantam Roberto...")


Completamos esse primeiro ano de programa e estamos a todo gás para continuarmos!

Contamos muito com a ajuda dos nossos amigos e familiares, que nos acompanham e sempre nos dão uma grande força para continuarmos.
A Luta Continua!
Programa Circo Circuito