sexta-feira, 23 de abril de 2010

Programa Especial Rua Augusta

A Rua Augusta, a mais famosa rua de São Paulo, pode ser considerada o retrato da cidade e o Programa Circo Circuito não poderia deixar de homenageá-la. Conhecida e freqüentada por milhares de pessoas, seja noite ou seja dia, suas 24 horas estão repletas de todos os tipos de seres, onde meretrizes e atrizes compartilham o mesmo palco, seja ao som de um rock de garagem ou pelas batidas de um puro rap paulistano.



Do lixo ao luxo, esta importante veia da cidade liga o antigo centro ao luxuoso bairro dos Jardins, atravessando a moderna Avenida Paulista, iniciando na belíssima e maltratada Praça Roosevelt, onde se encontrava o lendário Cine Bijou (marco do cinema novo brasileiro) e o antigo bar Djalma´s (onde Elis Regina, em ritmo de bossa nova, se apresentou pela primeira vez).

De um lado, a Rua Augusta é frequentada por patricinhas e seus sonhos consumistas e, do outro lado, a caminho do centro, a nova juventude transviada se esbalda entre bares, boates e casas de shows independentes.

Mas não é de hoje que a Rua Augusta faz sucesso, ela é um importante marco cultural da cidade há mais de 50 anos. Imortalizada pela voz de Ronnie Cord que, embalado ao puro e simples rock´n roll no inicio dos anos 60, ultrapassou suas esquinas a 120 por hora ainda na fase da pré-Jovem Guarda.

Ela também foi palco dos anos dourados da turma, freqüentada por Roberto e Erasmo Carlos, além do carioca Jorge Ben que, em parceria com Erasmo, deixou sua homenagem com a música “Menina Gata Augusta”, na época em que moravam juntos em São Paulo, sonhando com alguma donzela que “... ia no Yara lanchar...”




Na mais mutante rua paulistana, não poderíamos esquecer dos Mutantes de Arnaldo, Sérgio e Rita em “Hey Boy”, que descreve a saga de um jovem riquinho desfilando com seu carro importado e sua cabeça vazia:
- “O teu cabelo tá bonito... tua caranga até assusta... vai passear na Rua Augusta...”.

Abrigou também os tropicalistas Gil, Caetano e o mais paulistano dos baianos Tom Zé, que ironizava seus sentimentos em “Augusta, Angélica e Consolação”: “Augusta, que saudade, você era tão vaidosa e gastava o meu dinheiro...”




Lembrando também do grande mestre do cinema Amácio Mazzaropi que em 1965 lançou o filme “O Puritano da Rua Augusta”, um belo filme e que conta com a participação da banda The Jordans, uma grande referencia do rock instrumental nacional.

Nestes anos todos houveram períodos em que a Rua Augusta se tornou apenas um puteiro a céu aberto, mas nunca perdeu seu glamour. E, com a forte reviravolta da cena independente atual, pode-se dizer que é lá onde se encontra uma das maiores diversidades culturais da América Latina, um ponto de encontro da plural juventude paulistana, seja qual for seu estilo, raça ou cor.

Salve Augusta!

Programa Circo Circuito
A Luta nunca vai parar!

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