segunda-feira, 19 de abril de 2010

Udigrudi 68: Gilberto Gil e Os Mutantes.

O Brasil produziu muita coisa boa e que na época não teve a devida atenção, neste caso atenção nenhuma.

Quando o então novato Gilberto Gil chegou para Rogério Duprat e disse:
- Sabe Duprat eu preciso de alguns músicos para tocarem em meu novo disco, mas eu quero uma coisa diferente, uma coisa mais elétrica!

Era o ano mágico de 1968, e Duprat conhecia uns garotos que tocavam como niguém os instrumentos elétricos, por fim resolveu chamá-los, eram Os Mutantes.

Foram apresentados a Gil, e começaram o processo de gravação daquele que viria a ser o primeiro disco contestador na música popular brasileira. Onde já se viu usar guitarra na MPB, esta coisa do diabo!!!

Parece brincadeira, mas o pensamento da época era este.


A música Marginália prova este clima contestador em que Gil canta “Minha terra tem palmeiras, onde sopra o vento forte, da fome, do medo e muito principalmente da morte... Aqui é o fim do mundo, aqui é o fim do mundo...” fazendo um trocadilho com uma música já conhecida.


Outro ponto alto do disco é Pega a Voga, Cabeludo, gravada de uma forma bem anarquista para a época, no meio da música os músicos falam, discutem e riem. Chegam até a falar para o produtor do disco Manoel Barenbein parar de encher, ilário.


Gilberto Gil mostra o porque é um dos melhores compositores brasileiros na música seguinte, Ele falava nisso todo dia, sempre naquele clima épico das obras de Rogério Duprat.

Existe uma edição em cd que possui ainda a pérola obscura de Gil chamada Questão de Ordem, gravada com os Beat Boys, esta foi a música que Gil defendeu nos festivais daquele ano, cujo foi desclassificado. Ouçam e saibam o porque.

O que dizer de um disco de Gil de 1968 com a produção de Barenbein, arranjo de Rogério Duprat e participação dos Mutantes?

Talvez este último parágrafo já resuma tudo o que falei anteriormente.


Lipa

Programa Circo Circuito
A Luta Contimua!

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