sexta-feira, 23 de abril de 2010

A saga de um vendedor discos

Uma profissão importante e ao mesmo tempo divertida é a de vendedor de discos de vinil. E quem pensa ser uma atividade fácil, está muito enganado. Este vendedor muitas vezes precisa ir atrás da mercadoria para colocar a venda em sua loja, diferente de outros produtos que possuem um fornecedor que faz a entrega semanalmente.

E cada vez mais os bons produtos estão sumindo. Tempos atrás existiam várias rádios espalhadas pelo Brasil com acervos de discos empoeirados, apenas aguardando serem descobertos. Hoje isto é escasso, e faz com que vendedores tenham que viajar para comprar acervos pessoais que muitas vezes não valem a pena.

Um trabalho exaustivo mas ao mesmo tempo gratificante, afinal é a disseminação de uma cultura já esquecida. O mais curioso é quando se descobre um disco desconhecido até mesmo para colecionadores. Torna-se uma peça valiosa, mas sem um valor monetário definido, como se fosse uma peça de museu.

Existe inclusive uma teoria defendida por alguns vendedores que algumas peças serão vistas apenas na casa de colecionadores, que se tornarão verdadeiros redutos de raridades, sendo visitadas como se fossem museus.

Como toda profissão, os donos de sebos também possuem estratégias para conseguir e manter clientes. Dias atrás lí um artigo no ótimo site Senhor F, escrito pelo Beto Só, em que comentava a “teoria-efeito” Cauda Longa, e como um músico faz para vender seus discos em épocas de downloads gratuitos.

O segredo é simples: “Basta agradar o seu público”. A mesma teoria se aplica ao vendedor de discos, que precisa atender bem o colecionador ou o consumidor, para que o mesmo volte ou se torne fiel a sua loja.

Existem inúmeros exemplos de vendedores que são verdadeiros mestres em atendimento, glorificando a profissão e se tornando referência no mercado de discos. Um bom exemplo é o Carlinhos, dono da Disco 7, loja localizada na galeria Nova Barão, centro de São Paulo.




Está a mais de 20 anos no ramo, sempre com um atendimento de ótima qualidade por sua simplicidade e coleguismo. Mostra-se descontente quando descobre que algum colega de profissão passou um cliente para traz, alegando que isto desonra a profissão influenciando negativamente na venda dos produtos. Isto o diferencia da maioria dos lojistas.

Onde comprar:
Além da Disco 7, temos outros exemplos de empenho como o Fernando e o Celso da Cel-som (pelo ótimo atendimento), o Pedro (pelo vasto conhecimento), Fernando da Jóia Rara, o lendário Calanca na Baratos e Afins, o Carlos da Sensorial Discos, o Armênio, entre outros da região central de São Paulo.

No Rio de Janeiro a Tropicália Discos (apesar do preço) tem um atendimento exemplar com material muito raro. No nordeste o Tony Cruz, pelo seu conhecimento preciso em seu blog cheio de raridades, e muitos outros Brasil afora.



Onde não comprar:
Em contra partida podemos citar o Marcelo de Salvador (que atende como Marcelodiscos no Mercado Livre) com suas infelizes e frustrantes negociações. Chegou inclusive a vender ao Circo Circuito, um disco raro, porém com a capa xerocada (sic), alegando ser original!

Trata-se de uma pessoa mal informada, afinal os compradores on-line trocam informações mais agilmente. É só uma questão de dias para ter a reputação arruinada, dentro e fora dos meios eletrônicos.

A loja Discomania de São Paulo é um caso aparte. Já foi a principal referência neste mercado e hoje está mal estruturada com atendimento que deixa a desejar. Uma pena.

Por isso devemos glorificar os verdadeiros vendedores de discos, afinal não é uma profissão fácil. Além de negociante e atencioso, precisa se manter informado em um mercado restrito de outros vendedores e compradores, além de ter um vasto conhecimento musical para saber o que adquirir (e o preço de cada item) e o que vender (por um preço justo).

Tudo indica que o Vinil está voltando, e isto é um processo natural da humanidade, que tende sempre a resgatar valores para renovar os atuais. Por isso não desejo vida longa apenas ao vinil, mas principalmente aos negociantes deste maravilhoso produto, que fazem isto de coração, com dignidade, sinceridade e respeito.

Valeu!!!
Lipa
Programa Circo Circuito
A Luta nunca vai parar!

10 comentários:

  1. ótimas dicas. sempre é bom descobrir lugares bons para comprar os bolachoes!!!

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  2. Gostei muito desta produção, cada vez melhorando mais, parabens para os grandes amigos Lipa e Thiago!!!
    comenta a mãe do Lipa
    bjs

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  3. Participem da comunidade do Programa Circo Circuito no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=96293011

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  4. Eu evito sebos, pois na maioria das vezes eles se baseiam no famigerado Mercado Livre. Prefiro os brechós de movéis e as feiras do rolo onde quem vende não tem noção do valor. Só prá ter uma idéia a uns meses atrás achei o Marquee Moon do Television com encarte por R$ 3,00.

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  5. adorei o novo cenario e a descontração de vocês. Dá-lhe bolachas!!! Ana Paula

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  6. oi queridos! que legal! eu vi que vcs puseram agradecimento pra mim no programa! vivaaa!!!
    meu, vou falar de vcs de novo em breve! pode deixar que aviso pra vcs sintonizarem. beijos, joana.

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  7. Valeu Joana!!! no dia 22 de maio faremos uma discotecagem em um lugar super de boa, chamado Café eletrico. estaremos lá das 19:00 as 00:00. enviamos o convite e gostaríamos muito que voce comparecesse. Bjs - lipa.

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  8. assino em baixo sobre todas as referencias passadas... destaque mesmo para o celso e para o carlinhos que além de grandes conhecedores, são vendedores justos e nos oferecem um atendimento amigavel,

    um abraço

    paulo

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  9. O atendimento na Cel-Som é bom, mas é necessário dizer que eles mandam polir os discos para retirar os riscos.
    O disco fica parecendo que está em bom estado, mas muitas vezes tocam com muito chiado.
    Outra coisa que já vi lá: discos com capas xerocadas e sem nenhum aviso de que não são originais.

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